quarta-feira, 27 de julho de 2011

NA PRESSA E NA PRESSÃO

ROSELY SAYÃO
Por que tanto desespero? Saber ler, escrever e contar antes dos seis ou sete anos não quer dizer nada.
RECEBO MUITAS, muitas perguntas e dúvidas de pais que têm filhos com seis anos, mais ou menos. Várias mensagens chegam em tom quase desesperado. O motivo? O processo de alfabetização dos filhos.
Vamos tentar acalmar esses pais com alguns esclarecimentos importantes para que, um pouco mais tranquilos, eles não pressionem tanto seus filhos.
De partida, é bom avisar: a criança tem tempo de sobra para se desenvolver nesse processo. Qual o prazo? No ensino fundamental, com duração de nove anos, esperamos que a maioria dos alunos esteja alfabetizada ao final do segundo ano.
Por isso, caro leitor, caso o seu filho esteja no primeiro ano, pode relaxar. Ele ainda tem pelo menos um ano e meio para se aprimorar no processo da leitura, primeiramente, e escrita.
Acontece que muitos pais foram convencidos pela sociedade de que é melhor a criança aprender o mais cedo possível a ler, escrever e trabalhar com números. Não é.
Já temos inúmeros estudos e pesquisas apontando que crianças precocemente introduzidas no ensino formal não se mostram, no futuro, mais avançadas nos estudos. Além disso, até demonstram menor curiosidade pelos estudos e menos criatividade nos trabalhos escolares do que suas colegas que se dedicaram a brincar nos anos da primeira infância.
Tem mais: as crianças massacradas por escolas e famílias para a vida escolar no estilo acadêmico antes dos sete anos desenvolvem mais doenças resultantes da ansiedade e da pressão, tais como estresse, desatenção, distúrbios alimentares e do sono, entre outras.
Veja, caro leitor, o resultado dessa ideia que a sociedade desenvolveu nos pais. Uma leitora, que coloco no grupo dos pais desesperados, conta que mudou de cidade e sua filha, matriculada no primeiro ano, já sabia ler e escrever muitas coisas. Mas agora, na transferência de escola, parece que regrediu e se esqueceu de muita coisa que havia aprendido.
O que nossa leitora não percebe é que, se a garotinha esqueceu, é porque não havia aprendido. Talvez tivesse sido treinada, condicionada ou coisa que o valha a escrever e ler algumas palavras. Quem se alfabetiza com sentido, ou seja, quem entende primeiramente a função social da leitura e da escrita, não se esquece com essa facilidade.
Outra mãe que tem a filha também no primeiro ano me escreveu reclamando da escola, por ter enviado muitas lições para serem feitas nas férias. Mas, de quebra, contou que a filha leva duas horas diariamente fazendo lições de casa e, três vezes por semana, ainda faz acompanhamento psicopedagógico por indicação da escola, por apresentar "dificuldades na alfabetização".
Fico penalizada com a vida que essa menina (como muitas outras) está levando. Quando será que ela brinca? Brincar é uma coisa que, até os seis anos, a criança deveria fazer o tempo todo.
O ensino formal de leitura e escrita e o trabalho com números podem ser iniciados aos sete anos sem prejuízo algum para a vida escolar futura dessas crianças. Por que tanta pressa? Saber ler, escrever e contar antes dos seis, sete anos não significa absolutamente nada.
O que significa muito no futuro desenvolvimento do chamado processo de letramento é a criança aprender, desde bebê, o prazer da leitura. Contar histórias para ela, dar livros bonitos para ela brincar e "ler", conversar bastante com ela para que amplie seu vocabulário, ouvir com atenção as histórias que ela gosta de contar e brincar com os sons das palavras são alguns exemplos de como os pais podem ajudar no desenvolvimento de seus filhos.
Mas sem pressão, por favor! As crianças agradecem.
ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha) 
Reprodução site:http://www.folha.uol.com.br/


quarta-feira, 20 de julho de 2011

FGEI REUNE MAIS DE 70 MUNICIPIOS EM SUA PLENÁRIA MENSAL

Na última segunda-feira, dia 18/07/11, o FGEI realizou sua Plenária mensal, incluindo no turno da tarde uma mesa específica para discussão do PROINFÂNCIA. Para esta mesa de debate, contamos com a presença do MEC/COEDI e FNDE, além de representantes de entidades gaúchas ligadas à causa do direito das crianças à Educação Infantil.
O objetivo principal do encontro foi discutir no âmbito estadual o controle social sobre esta política federal voltada à ampliação do atendimento às crianças de 0 a 6 anos, envolvendo atores como os movimentos sociais, a UNDIME, a UNCME, O TCE/RS, o MPE, o CEDICA, a SEDUC, o CEED e a Comissão de Educação da AL/RS.
Os presentes destacaram  a importância da iniciativa do FGEI e avaliaram ser este um primeiro passo para um diálogo intersetorial que venha fortalecer essa política de expansão da oferta de EI, dentro das condições de qualidade referenciadas pela Res. 05/09 do CNE - DCNs para a Educação Infantil.
Do debate, destacaram-se as seguintes colocações: estas novas unidades, construídas com verbas públicas destinadas ao PROINFÂNCIA, devem manter-se públicas e gratuitas, garantindo a oferta de atendimento em tempo integral para toda a faixa etária, considerada a demanda social das famílias. E também foi reforçado, que mesmo que a Educação Infantil seja de responsabilidade prioritária dos municípios, o governo estadual precisa assumir sua parcela de responsabilidade apontada constitucionalmente com a colaboração técnica e financeira aos municípios, conforme cada realidade. 



domingo, 10 de julho de 2011

IX SEMINÁRIO EDUCAÇÃO INFANTIL EM DEBATE: CURRÍCULO, LINGUAGENS E INFÂNCIAS

Estão abertas as incriçoes para trabalhos no IX Seminário Educação Infantil em Debate: Currículo, Linguagens e Infâncias. O evento está sendo promovido pelo NEPE - Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação da Infância do Instituto de Educação.  Este ano o evento sediará o VII Encontro Estadual do Fórum Gaúcho de Educação Infantil, além de trazerem sua programação conferências, palestras, minicursos, apresentações de trabalho, exposições e seção de cinema. O período para inscrições de trabalhos irá até o dia 15 de julho de 2011. Mais informações, como eixos temáticos para as apresentações e valores das inscrições, podem ser encontradas pelo site do evento: http://www.educacaoinfantilemdebate.furg.br/



CONSELHO AUTORIZA CRECHE A FECHAR NAS FÉRIAS


O CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou ontem, por unanimidade, um parecer considerando que creches e pré-escolas não devem funcionar no período de recesso ou de férias. A consulta foi feita pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

O parecer do CNE deverá ser homologado em breve pelo Ministério da Educação e, depois, publicado no “Diário Oficial da União”, servindo de norma para todo o país.

No ano passado, as defensorias públicas em São Paulo e Jundiaí (58 km da capital) conseguiram na Justiça uma decisão proibindo o fechamento de berçários, creches e pré-escolas nas férias.
A ação foi protocolada após pais de crianças alegarem que, durante o recesso, não tinham onde deixar os filhos pequenos para ir ao trabalho. Há dois meses, a defensoria de Santos (litoral de São Paulo) conseguiu o mesmo benefício.

Para tomar a decisão, o CNE alegou que creches e pré-escolas precisam de recesso para organizar currículos e planejar as atividades educacionais das crianças.


As escolas não podem levar todo o peso do mundo. Creches e pré-escolas são instituições educacionais, e não de assistência social”, disse o conselheiro Cesar Callegari, que foi relator do processo.

Para ele, o período de férias escolares também é fundamental para estimular a convivência familiar da criança. “Nem todas as necessidades das crianças podem e devem ser atendidas pelas instituições educacionais. Não convém sobrecarregá-las”, afirmou.

Segundo a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), se as creches funcionassem durante todo o ano, sem interrupção, seria necessário mais professores e aumentar em 33% os investimentos.







COMITÊ DIRETIVO DO MIEIB PARTICIPOU DE REUNIÃO DO CNE










No dia 07 de julho, os membros do Comitê Diretivo do MIEIB participaram da reunião do CNE sobre o Parecer que trata do funcionamento de creches e pré-escolas sem interrupção, ao longo do ano.

O Conselheiro César Callegari, relator designado, sugeriu um Parecer contrário ao funcionamento ininterrupto, o qual foi ratificado por todas as organizações presentes (sindicatos, secretarias municipais e estaduais de educação, movimentos sociais, ministérios, etc.).

O MIEIB na sua intervenção fez considerações e propostas para qualificação do texto do Parecer, as quais foram acatadas e incorporadas pelo relator designado, Conselheiro César Callegari.

Em breve será divulgada a ata da reunião.

Fonte: Secretaria Executiva do MIEIB.
Foto: Conselheiro César Callegari, Luzinete (RJ), Mariete (MS), Marlene (BA), Estela Maris (MEC/COEDI), Maria Luiza (RS) e Rosilene (PA).